Archive for the ‘Mulheres do Evangelho’ Category

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Mamãe Margarida

maio 25, 2010

Vamos conhecer um pouco de Mamãe Margarida? Acesse o link abaixo.

http://www.aveluz.com.br/cristianizar/?p=795

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Isabel da Hungria

janeiro 19, 2010

“Mas, olhe, hoje eu vou contar um pouco sobre uma rainha que foi extremamente pródiga: Isabel da Hungria.

A história dela será dividida em duas partes. Então, podemos fazer o seguinte: depois de ler os dois  textos, você me diz o que entendeu sobre prodigalidade, combinado?

Vamos lá! Isabel era filha de André II da Hungria e da rainha Gertrudes de Andechs-Meran, descendente da família dos condes de Andechs-Meran. Do lado materno, era sobrinha de Edwiges, e do lado paterno prima de Inês de Praga, ambas consideradas santas pela Igreja Católica.

Bom, como a sociedade da época exigia, Isabel foi forçada a casar-se com um rapaz que ela nem conhecia. Quer dizer, um menino, porque eles ainda eram crianças. Ela foi prometida em casamento com apenas 4 anos… Luis Ludwig, filho do Duque da Turíngia, foi o escolhido e contava com apenas 11 anos. Sete anos mais tarde, eles se casaram oficialmente.

Isabel mudou-se para a Turíngia e tornou-se duquesa. Mas, felizmente, o dinheiro e o poder não cegaram nossa doce Isabel. A cada dia, a compaixão crescia no coração dela… tanto que isso provocou certo reboliço na côrte. Quando ela ainda era adolescente, disseram que ela era religiosa demais, não tinha os traços necessários a uma verdadeira duquesa e que iria falir o reino de tanta esmola que dava.  Mas, no marido, Isabel não encontrava resistência. Ao contrário. Ele se transformou num irmão de ideal. Apesar do casamento arranjado, eles se amavam muito. Luis a apoiava e a auxiliava nas obras de ajuda ao próximo. Do casamento, vieram três filhos… Mas, nem tudo eram flores… Tanta caridade irritou os cunhados de Isabel – os príncipes Henrique e Conrado.

Tempos depois, Luis faleceu. Era a época das Cruzadas e ele tinha se alistado. Na viagem, contraiu a peste e morreu. Isabel tinha acabado de dar à luz à terceira filha, a Gertrudes. Sem Luis, os cunhados puderam agir livremente contra Isabel. Eles expulsaram-na junto com os filhos, em pleno inverno. E ainda proibiram o povo de auxiliá-la! As pessoas que ela tanto ajudou foram obrigadas a virar-lhe as costas…Mas ela não ficou com raiva, nem mágoa. Compreendeu a situação delicada que cada um se encontrava.

E lá foi ela bater de porta em porta na esperança de algum auxílio. A única ajuda que ela obteve foi numa estalagem e, mesmo assim, o dono lhe destinou o lugar onde estavam os porcos… Os animais foram retirados do local para que ela e as crianças dormissem. No dia seguinte, vagou pela cidade até que um padre se sensibilizou com a situação dela. Mas, nesse meio tempo, ela foi obrigada a entregar os filhos aos parentes do marido.

Alguns homens propuseram acordos infelizes, moralmente equivocados para ela reconquistar riquezas e o título de duquesa, mas Isabel não aceitou. Nove meses depois da expulsão, sua tia Edwiges, que era princesa, mandou buscarem imediatamente a sobrinha. Pela influência que tinha, buscou também os filhos de Isabel e entregou a ela.

Tempos depois, os cavaleiros que foram às cruzadas com Luis retornaram, trazendo o corpo dele. A chegada do corpo do rei Luis abalou todo o reino da Turíngia. As pessoas gostavam dele… ele tinha sido um governante bondoso. Durante os 10 anos de governo, o país prosperou, os burgueses e camponeses viveram em paz e segurança. Em vez de explorar o povo, ele cuidava para que ninguém passasse fome e, junto com Isabel, mitigava a miséria dos mais necessitados.

O que aconteceu com nossa irmã Isabel depois disso? Saberemos na publicação de amanhã!

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A partida de Luis foi muito dolorosa para Isabel.  Entretanto, ela precisava agir, continuar a vida… Ela usou parte da fortuna que lhe restou para construir um hospital em honra a Francisco de Assis. Isabel dividia os bens que possuía e vivia somente do necessário. Mas não só isso: ela administrava e organizava os recursos para que os tutelados (os pobres, os mendigos, os leprosos…) não gastassem indevidamente.

Veja só: chegamos à essência da prodigalidade!!!!! A pessoa usa os recursos em favor do próximo, mas os usa com sabedoria. Não é  aquele sentido do dicionário em que a pessoa desperdiça ou entrega a quem pedir, sem compreender o uso, a finalidade.

Olhe só o exemplo de Isabel da Hungria: ela percebeu que as pessoas não sabiam como aplicar o dinheiro, não sabiam fazer contas nem compreender o valor mesmo dos recursos. Então, ela passou a administrar o recurso em prol da coletividade. Ela verificava que estavam doentes. Ela não entregava o dinheiro para que eles se virassem, pois poderiam gastar sem saber e pior, não resolveriam a dificuldade da doença. Ela mesma comprava os medicamentos, entregava, cuidava do doente e ia mais além: observava as outras necessidades de mantimentos, por exemplo. Agora, olha o detalhe principal: o dinheiro era dela! Ela era a dona da fortuna. Mas não usava pra si mesma. Ela administrava para os outros!!!!!!

Ela passava o tempo fiando a lã para dar aos pobres. A paciência e a caridade não tinham limites para Isabel. Nada a irritava ou a deixava descontente. Ela cuidava dos doentes com muito carinho e fazia questão de cuidar daqueles mais doentes, com mais dificuldades. Como muitos eram leprosos em estágios mais avançados, as pessoas não queriam ou não conseguiam cuidar. E lá ia Isabel, cuidar sem repulsa, sem nojo, sem nenhum sentimento ou emoção negativa. E sempre, sempre que um deles desencarnava, ela beijava o rosto da pessoa e preparava uma sepultura digna. As pessoas se espantavam como uma filha de um rei e viúva de um duque podia amar tantos os indigentes, os miseráveis…

O pai dela, ao saber como vivia, enviou alguns mensageiros para que tirassem Isabel desse estado, que ele considerava horroroso. Ela respondeu que vivendo assim, entre os pobres, era mais feliz do que no castelo, com toda a pompa da realeza.

Mesmo  envolvida com inúmeras obras de caridade a que se dedicava, ela conseguia tempo para orar, para meditar. Desde pequena ela orava. Via em Jesus um amigo e confiava muito nele.

Dos personagens da época de Jesus, ela tinha um carinho especial por Maria de Nazaré  e João, o evangelista. É muito curioso esse carinho que ela tem por João… porque, afinal, ela se sensibilizou com Francisco de Assis, contemporâneo dela, e como sabemos, Francisco é a reencarnação de João, o evangelista. Sem saber, seguindo Francisco, ela seguia João… Quem  sabe um dia a espiritualidade não conta sobre essa ligação deles, né? Até porque coincidências não existem…rsrsrs

Isabel da Hungria tinha apenas 24 anos de idade quando desencarnou. Mas, apesar desse breve tempo em que esteve encarnada, conseguiu cultivar ainda mais as virtudes que possuía. Ela sempre dizia às pessoas que conviviam com ela no hospital ou no auxílio aos pobres, que a tarefa era fazer os outros felizes, promover a alegria, a paz aos semelhantes e que a maior herança que ela tinha não era a riqueza ou o título, mas os ensinamentos de Jesus.

Como nobre e poderosa, Isabel da Hungria entendeu como podia vivenciar o evangelho, no cenário em que se encontrava. Nós talvez não tenhamos os recursos que ela tinha, mas sempre podemos auxiliar alguém, sempre somos ricos perante alguém. Basta mudar o nosso ponto de vista. Se olharmos para o milionário, talvez sejamos paupérrimos. Mas, quando olhamos para o irmão que sofre na nossa rua, perto do nosso trabalho ou até mesmo no seio familiar, verificamos quão ricos somos! E se mesmo assim não tivermos dinheiro, ok, sem problemas…. o recurso material não é o que caracteriza a caridade. A maior caridade é o sentimento que colocamos na ajuda que ofertamos, seja ela qual for.

Consigamos então aprender com esta personalidade iluminada que foi Isabel da Hungria e passarmos a enfrentar os nossos desafios com mais confiança no Mais Alto, a caminhar com mais fervor na vivência do evangelho, nunca abandonando o caminho do Bem por causa do desânimo ou qualquer outro obstáculo. Como disse Tiago, irmão de João, o evangelista : “a fé sem obras é morta.”. Não basta dizermos que temos fé, que somos espíritas ou abraçamos qualquer outra filosofia ou religião. A maior prova que podemos dar de amor a Deus é a prática da suas leis, é vencer a nós mesmos, pegar a nossa cruz e seguir os passos do nosso Irmão Maior, sem olhar para trás…”

Fonte: Blog Cristianizar, escrito por Fernanda Galvão (http://www.cristianizar.com.br/)